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Astronauta veterano da NASA compartilha imagens espetaculares do espaço
Aos 70 anos, Donald Pettit é o astronata ativo mais velho da NASA – e o responsável pelas imagens mais incríveis feitas a bordo da ISS
Por Maria Eduarda
Publicado em 13/05/2025 11:18
Ciência
Don Pettit, o astronauta mais velho em atividade da NASA e fotógrafo oficial da ISS. Crédito: NASA

Donald Pettit, o astronauta mais velho da NASA em atividade, voltou de sua mais recente missão espacial no último dia 20. A data marcou também seu aniversário de 70 anos. Ele passou 220 dias a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS), onde, além dos experimentos científicos, aproveitou para registrar imagens impressionantes da Terra e do espaço.

Desde a primeira vez que esteve no laboratório orbital, Pettit usa os intervalos entre pesquisas, exercícios físicos e transmissões educativas com estudantes, para captar o lado mais visual e artístico da vida em órbita. Geralmente, ele instala até cinco câmeras ao mesmo tempo para não perder nenhum momento extraordinário.

Selfie do astronauta Don Pettit, da NASA, na Estação Espacial Internacional com a Terra ao fundo
Astronauta Don Pettit, da NASA, a bordo da Estação Espacial Internacional. Crédito:NASA

 

Apesar de todos os astronautas na ISS realizarem registros incríveis durante suas missões, nenhum é tão dedicado à área quanto Pettit. Da cúpula da estação, um módulo com sete janelas, ele fotografa o que vê pela janela: auroras, meteoros, vulcões em erupção e galáxias distantes. “Não posso só olhar. Quando vejo algo incrível, preciso pegar a câmera”, disse ele em entrevista coletiva recente, segundo o jornal The New York Times. Para o veterano, mostrar o espaço em imagens é uma forma de aproximar as pessoas comuns dessa realidade inatingível.

Confira imagens incríveis feitas pelo astronauta

A fotografia espacial exige técnica. Na órbita terrestre, tudo está em movimento. A estação viaja a quase 28 mil km/h, o que torna difícil capturar imagens nítidas. Para compensar isso, Pettit criou um rastreador especial que gira devagar e mantém a câmera focada em um ponto fixo do céu, permitindo exposições longas, como em fotos noturnas na Terra.

Com essa técnica, ele registrou uma imagem detalhada da Via Láctea sobre o Oceano Pacífico. Nela, o céu aparece púrpura-azulado, iluminado pela luz do Sol sendo espalhada pela atmosfera da Terra. Outra foto mostra as Nuvens de Magalhães, duas galáxias vizinhas da nossa, vistas de uma cápsula Crew Dragon da SpaceX acoplada à estação.

 

À esquerda, a Via Láctea sobre o Pacífico; à direita, a Grande e a Pequena Nuvem de Magalhães. Crédito: Don Pettit/NASA

 

As auroras, fenômenos causados pela colisão de partículas solares com a atmosfera terrestre, também foram capturadas por Pettit. Em abril, ele gravou o vídeo abaixo, que mostra essas luzes verdes e roxas pulsando no céu, como se dançassem.

Crédito: Don Pettit/NASA

 

Nem toda luz que ele viu lá de cima na Terra era natural. Em uma das imagens, por exemplo, listras verdes iluminam o mar perto da Tailândia. São luzes artificiais usadas por pescadores para atrair lulas – e que, do espaço, se parecem com auroras. Pettit registrou também tempestades elétricas sobre a floresta amazônica, revelando raios na alta atmosfera.Nem toda luz que ele viu lá de cima na Terra era natural. Em uma das imagens, por exemplo, listras verdes iluminam o mar perto da Tailândia. São luzes artificiais usadas por pescadores para atrair lulas – e que, do espaço, se parecem com auroras. Pettit registrou também tempestades elétricas sobre a floresta amazônica, revelando raios na alta atmosfera.


Luzes artificiais usadas por pescadores para atrair lulas fotografadas por Don Pettit na Tailândia. Crédito: Don Pettit/NASA

 

O astronauta também fotografou o rio Betsiboka, em Madagascar, cuja aparência lembra vasos sanguíneos. Ele também fez imagens de cidades brilhando à noite, incêndios florestais e o movimento de espaçonaves chegando e saindo da ISS. Em novembro, registrou o lançamento de um foguete Starship do Texas.

 

“Vasos sanguíneos da Terra”: a vermelhidão do rio Betsiboka, em Madagascar, registrada pelo astronauta mais velho em atividade da NASA. Crédito: Don Pettit/NASA

 

Mesmo nos momentos de lazer, Pettit não deixa de ser cientista. Ele cria experimentos simples e curiosos, possíveis apenas no espaço. Um deles envolveu gotinhas de água com carga elétrica dançando ao redor de uma agulha de tricô.



Crédito: Don Pettit/NASA

 

Em outro, coloriu uma esfera de água com corante alimentar, criando algo que lembrava o planeta Júpiter. Sem gravidade, as bolhas de um comprimido efervescente se comportam de forma totalmente diferente. Pettit aproveitou isso para filmar os padrões únicos de efervescência.


Um microplaneta Júpiter criado em uma bolha d’água. Crédito: Don Pettit/NASA

 

Apesar da idade, Pettit permanece disposto e cheio de ideias. “Tenho só 70 anos. Ainda posso fazer mais um voo, talvez dois, antes de pendurar meus bicos de foguete”, brincou. Embora seja o astronauta mais velho em atividade da NASA, ele não é o mais velho a ir ao espaço – esse mérito pertence a John Glenn, que voou pela última vez aos 77 anos. 

 

Sua dedicação à fotografia e à ciência no espaço o tornaram uma figura admirada tanto na agência espacial quanto entre os entusiastas da astronomia. Suas imagens ajudam a aproximar o público leigo das maravilhas do cosmos, mostrando a Terra sob uma perspectiva única: a de quem já morou fora dela.

Via: Olhar Digital

 

 

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