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Naufrágio de navio atacado por piratas há 300 anos é descoberto em Madagascar
Pesquisadores identificam naufrágio perto de Madagascar como navio português carregado de tesouros que foi capturado por piratas em 1721
Por Maria Eduarda
Publicado em 04/07/2025 09:11 • Atualizado 04/07/2025 09:12
Ciência
Naufrágio de 300 anos saqueado por piratas, que continha um "tesouro impressionante", foi descoberto na costa de Madagascar. Crédito: Gerador de imagens IA - Shutterstock

Arqueólogos acreditam ter identificado os destroços de um navio português atacado e capturado por piratas no início do século XVIII. A embarcação, chamada Nossa Senhora do Cabo, foi encontrada submersa perto de Nosy Boraha, uma pequena ilha na costa nordeste de Madagascar.

Conhecido na época como Île Sainte-Marie, o local foi um famoso reduto de piratas durante a chamada “Era de Ouro da Pirataria”. 

Em resumo:

  • Arqueólogos dizem ter encontrado destroços do navio português Nossa Senhora do Cabo em Madagascar.
  • A embarcação foi atacada por piratas no início do século XVIII e naufragou;
  • O navio partiu da Índia em 1721 com um valioso tesouro a bordo, que foi saqueado por um bando liderado pelo Capitão Olivier Levasseur, o Urubu;
  • Ao longo de 16 anos, os pesquisadores analisaram artefatos e registros para confirmar a identificação.


As investigações arqueológicas revelaram entre as pedras de lastro armações de madeira do casco do navio Nossa Senhora do Cabo. Crédito: Centro de Preservação de Naufrágios Históricos

 

Tesouro encontrado no naufrágio vale mais de 130 milhões de dólares 

A pesquisa, conduzida por cientistas do Centro de Preservação de Naufrágios Históricos, levou 16 anos de análises e mergulhos. A identificação se baseou em registros históricos, na estrutura da embarcação e nos milhares de artefatos recuperados. Entre os mais de 3.300 objetos estão estatuetas religiosas feitas de madeira e marfim, parte de um crucifixo e uma placa com a inscrição “INRI” em letras douradas, referência à frase latina “Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus”.


Pesquisadores se preparando para mergulho nas águas da Baía de Ambodifotatra, perto de Îlot Madame, um centro histórico de atividades piratas em Sainte-Marie, Madagascar. Crédito: Centro de Preservação de Naufrágios Históricos


De acordo com os registros, o navio deixou Goa, então colônia portuguesa na Índia, no início de 1721. A bordo estavam o vice-rei português e o arcebispo de Goa, além de uma carga considerada extraordinária, composta por lingotes de ouro e prata, baús com pérolas e uma cruz de ouro maciço cravejado de rubis. Estima-se que o valor total do tesouro ultrapasse US$138 milhões em cifras atuais.


Joia e espada podem ter sido devolvidas pelo líder dos piratas

Pouco tempo depois de zarpar, o navio foi surpreendido por uma frota pirata perto da Ilha da Reunião, no Oceano Índico. Entre os bandoleiros estava o lendário Capitão Olivier Levasseur, apelidado de Urubu ou Boca. O navio português, já danificado por uma tempestade e sem a maioria de seus canhões, foi capturado sem grande resistência. Os piratas conduziram o prêmio até Madagascar para dividir o saque.


Os artefatos recuperados no local do naufrágio incluem moedas de ouro com inscrições em árabe e peças de porcelana fina. Crédito: Centro de Preservação de Naufrágios Históricos

Levasseur teria ficado com a Cruz Flamejante de Goa, que o vice-rei de Goa provavelmente usava pendurada em um colar. A joia teria sido devolvida junto com uma espada antes do afundamento do navio.

A Île Sainte-Marie era estratégica por suas águas protegidas e ausência de controle colonial. Hoje, ao menos quatro naufrágios ligados a piratas permanecem no porto da ilha. Os arqueólogos esperam que novas escavações tragam mais informações sobre esse período turbulento da história naval.

 

 

Via: Olhar Digital

 

 

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