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Netflix anuncia minissérie sobre maior acidente radioativo do Brasil
"Emergência Radioativa" vai acompanhar a atuação de físicos e médicos na corrida contra o tempo para salvar milhares de vidas no acidente
Por Gabriel Monteiro
Publicado em 27/05/2025 13:37
Streaming
Imagem: Rokas Tenys/ Shutterstock

Um episódio marcante da história brasileira vai inspirar a produção de uma nova minissérie da Netflix. A empresa de streaming anunciou que a obra será sobre o maior acidente radioativo do Brasil, ocorrido em Goiânia, em 1987.

Emergência Radioativa vai acompanhar a atuação de físicos e médicos na corrida contra o tempo para salvar milhares de vidas. Apesar da confirmação, não foi divulgada uma previsão de estreia para a produção.

 

Narrativa será liderada pelas vítimas do acidente radioativo

 

  • Também não há informações sobre o elenco.
  • A obra foi criada por Gustavo Lipsztein, dirigida por Fernando Coimbra e produzida pela Gullane.
  • Segundo o diretor, Emergência Radioativa resgata, por meio da ficção, um evento histórico quase esquecido no país, mas que diz muito sobre nós enquanto nação.
  • Ele afirma que a narrativa tem múltiplos pontos de vista e é liderada pelas vítimas.

 

Maior acidente radioativo do Brasil ocorreu em Goiânia, em 1987 (Imagem de Arquivo da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás)

 

Relembre o episódio 

 

Em setembro de 1987, o manuseio indevido de um aparelho de radioterapia abandonado, onde funcionava o Instituto Goiano de Radioterapia, provocou um desastre que atingiu centenas de pessoas, direta e indiretamente. Por conter chumbo, material de relativo valor financeiro, uma fonte de Césio-137 foi vendida para um depósito de ferro-velho, cujo dono a repassou a outros dois depósitos, além de distribuir os fragmentos do material radioativo a parentes e amigos que, por sua vez, os levaram para suas casas.

Segundo a Secretaria de Saúde do estado, a fonte , com radioatividade de 50.9 Tbq (1375 Ci) continha cloreto de césio, composto químico de alta solubilidade. Com a violação do equipamento, foram espalhados no meio ambiente vários fragmentos de 137Cs, na forma de pó azul brilhante, provocando a contaminação de diversos locais, especificamente naqueles onde houve manipulação do material e para onde foram levadas as várias partes do aparelho de radioterapia.

De acordo com os jornais e meios de comunicação da época, bem como informações oficiais do governo goiano, as pessoas que tiveram contato com o material radioativo – direto na pele (contaminação externa), inalação, ingestão, absorção por penetração através de lesões da pele (contaminação interna) e irradiação – apresentaram, desde os primeiros dias, náuseas, vômitos, diarreia, tonturas e lesões do tipo queimadura. 

 

Vista aérea do ferro-velho que comprou o material radioativo (Imagem: Yosikazu Maeda via Secretaria de Estado de Saúde de Goiás)

 

Algumas delas buscaram assistência médica em hospitais locais até que a esposa do dono do depósito de ferro-velho, suspeitando que aquele material tivesse relação com o mal-estar que se abateu sobre sua família, levou a peça para a Divisão de Vigilância Sanitária da Secretaria Estadual de Saúde, onde finalmente o material foi identificado como radioativo.

Em Goiânia, no total, foram monitoradas 112.800 pessoas, das quais 249 apresentaram significativa contaminação interna e/ou externa, sendo que em 120 delas a contaminação era apenas em roupas e calçados, e as mesmas foram liberadas após a descontaminação. As outras 129 passaram a receber acompanhamento médico regular.

No total, 28 pessoas desenvolveram em maior ou menor intensidade, a Síndrome Cutânea da Radiação (as lesões cutâneas também eram ditas “radiodermites”). Os quatro casos de óbito ocorreram cerca de quatro a cinco semanas após a exposição ao material radioativo, devido a complicações esperadas da SAR – hemorragia (dois pacientes) e infecção generalizada (também dois pacientes).

 

 

 

 

 

 

Fonte: Olhar Digital

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