A obesidade atinge mais de 2,5 bilhões de adultos no mundo, segundo a OMS, e está ligada a doenças como diabetes tipo 2, problemas cardíacos e renais.
Para o professor Reiner Jumpertz-von Schwartzenberg, da Universidade de Tübingen, essa condição vai muito além do consumo excessivo de calorias: “Fatores emocionais, como estresse e depressão, também têm papel fundamental no ganho de peso”, afirma ele, em artigo para o The Conversation.
A vida moderna, marcada pelo sedentarismo e fácil acesso a alimentos ultraprocessados, cria um ambiente que favorece o acúmulo de peso.
Por isso, Jumpertz-von Schwartzenberg defende uma abordagem “multimodal” no tratamento da obesidade, com o envolvimento de psicólogos, nutricionistas e médicos. Segundo ele, essa abordagem é especialmente eficaz em casos de pré-diabetes, prevenindo o avanço da doença.
Além da perda de peso, controlar os níveis de açúcar no sangue é essencial, pois essa combinação reduz a perigosa gordura visceral — “o tipo mais inflamatório, que piora a resistência à insulina”, explicao professor, que trabalha com pesquisa em metabolismo clínico e obesidade na Universidade de Tübingen.
Atividades aeróbicas e dietas ricas em ácidos graxos poli-insaturados, como a dieta mediterrânea, ajudam especialmente nessa redução.

As chamadas “canetas emagrecedoras” ganharam popularidade nos tratamentos para emagrecer, ms é preciso de cautela é em seu uso – Imagem: Mohammed_Al_Ali/Shutterstock
Remédios para emagrecer funcionam?
- Embora muitos recuperem o peso perdido com o tempo, novas alternativas surgem.
- Medicamentos como os agonistas do receptor GLP-1, originalmente voltados ao tratamento do diabetes, mostram eficácia na redução de apetite e peso.
- No entanto, Jumpertz-von Schwartzenberg alerta que “os efeitos tendem a desaparecer após a interrupção do uso, e os riscos de efeitos colaterais exigem cautela médica”.
Em casos extremos, cirurgia é uma opção
Em casos de obesidade grave, cirurgias bariátricas continuam sendo altamente eficazes e salvadoras de vidas. Novos medicamentos, em testes clínicos, prometem resultados comparáveis aos da cirurgia, combinando diferentes hormônios intestinais para potencializar a perda de peso.
“O caminho mais sólido para começar ainda é a combinação entre exercícios e alimentação equilibrada”, afirma o professor. Ele destaca que o sucesso duradouro exige estratégias individualizadas e apoio contínuo. “Não existe solução única. É preciso encontrar a abordagem certa para cada pessoa.”

De mudanças de hábito a medicamentos e cirurgia, especialista explica por que não há solução única, mas sim estratégias que devem se ajustar a cada indivíduo – Imagem: Chalirmpoj Pimpisarn / iStock
Fonte: Olhar Digital